Diante do atual cenário de incertezas devido a pandemia ocasionada pelo Corona vírus, verificamos que muitas empresas não estavam preparadas para enfrentar uma crise econômica em decorrência deste fato.

Segundo a Publicação da revista Você S/A de maio, 90% dos executivos de 205 empresas nacionais não estavam preparados para a situação que vivemos, o que é razoável, apenas somente 28% destas empresas contavam com uma estrutura de gerenciamento de riscos.

Segundo a reportagem do site CNN Brasil do dia 09/04/2020 pelo menos 600 mil micros e pequenas empresas fecharam as portas e 9 milhões de funcionários foram demitidos em razão dos efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus. É o que mostra levantamento feito pelo SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às micro e pequenas empresas) e obtido com exclusividade pela CNN Brasil.

A pesquisa também mostra que 30% dos empresários tiveram que buscar empréstimos para manter seus negócios, mas o resultado não tem sido positivo: 29,5% destes empreendedores ainda aguardam uma resposta das instituições financeiras e 59,2% simplesmente tiveram seus pedidos negados. 

Sabemos que a Gestão da Continuidade de Negócios (GCN) é um processo da organização que estabelece uma estrutura estratégica e operacional adequada para:

  • Melhorar proativamente a organização, contra possíveis interrupções de sua capacidade em atingir seus principais objetivos e até mesmo a continuidade do próprio negócio em si.
  • Prover uma prática para restabelecer a capacidade de uma organização em fornecer seus principais produtos e serviços, em um nível previamente acordado, dentro de um tempo previamente determinado após interrupção.
  • Obter reconhecida capacidade de gerenciar uma interrupção no negócio, de forma a proteger a marca e reputação da organização.

Um Plano de Continuidade de Negócios é estruturado em quatro “sub-planos” menores, ligados entre si e cada qual para um estágio diferente da organização:

  • Plano de Contingência (Emergência): Deve ser utilizado em último caso, quando todas as prevenções tiverem falhado. Define as necessidades e ações mais imediatas.
  • Plano de Administração ou Gerenciamento de Crises (PAC): Define funções e responsabilidades das equipes envolvidas com o acionamento das ações de contingência, antes durante e após a ocorrência.
  • Plano de Recuperação de Desastres (PRD): Determina o planejamento para que, uma vez controlada a contingência e passada a crise, a empresa retome seus níveis originais de operação.

Plano de Continuidade Operacional (PCO): Seu objetivo é reestabelecer o funcionamento dos principais ativos que suportam as operações de uma empresa, reduzindo o tempo de queda e os impactos provocados por um eventual incidente. Um exemplo simples é a queda de conexão à internet, situação até cotidiana e com um impacto forte nos processos internos das companhias.

Principais benefícios para companhia:

  • Ser capaz de identificar proativamente os impactos de uma interrupção operacional.
  • Ter uma resposta eficiente às interrupções, o que minimiza o impacto na organização.
  • Manter a capacidade de gerenciar os riscos que não podem ser segurados.
  • Ser capaz de demonstrar uma resposta possível por meio de um processo de teste.
  • Ganhar vantagem competitiva por meio da capacidade demostrada de manter a entrega de seus produtos.
  • Identificação e proteção dos principais produtos e serviços, de forma a garantir sua continuidade.
  • Desenvolver capacidade de gerenciamento de incidentes, de forma a fornecer uma resposta efetiva.
  • Recebimento pela equipe do suporte e das comunicações necessárias em caso de interrupção.
  • A cadeia de suprimentos da organização é assegurada e protege-se a reputação da mesma.
  • A organização permanece em conformidade com suas obrigações legais e regulamentações aplicáveis.

Segundo a reportagem do site Saúde Business de 9 junho de 2020, Rodrigo Castro que é diretor de riscos e performance na ICTS Protiviti “ É hora das empresas se estruturarem para reduzir os impactos desta freada brusca que o mundo e os negócios sofreram. É certo que esta crise não passará como num passe de mágica”, neste sentido de urgência recomendamos que as companhias reavaliem ou estruturem seu plano de Gerenciamento de Crise e Continuidade de Negócios, minimize o impacto ao negócio:

  • Reavalie os riscos de serviços e fornecedores essenciais:  Após a crise, seus fornecedores estarão preparados para continuar operando com você? 
  • Reavalie o trabalho Home Office: Com o trabalho home office as empresas não deixam seus funcionários exposto ao vírus , economizam com a infraestrutura do escritório, realize reuniões via vídeo hoje tempos varias plataformas como por exemplo: SKPE, TEENS, Google Meet.
  • Tenha estruturas de trabalho flexíveis: com a redução drástica das operações e queda de receita, muitas empresas precisaram recorrer aos socorros governamentais para redução de folha de pagamento e horas de trabalho para readequar o tamanho da empresa à situação atual
  • Automatize e digitalize a sua operação: as grandes empresas possuem lajes imensas, recheadas de pessoas em frente a seus computadores
  • Reforce a segurança de informação: o ambiente controlado dos escritórios, com infraestrutura e tecnologia dedicada para manter a segurança da informação da empresa ainda é suscetível a fragilidades, que expõem os dados das organizações. Imagine quando há ruptura deste controle e os colaboradores passam a trabalhar de forma pulverizada, acessando os dados da empresa por redes domésticas, em computadores pessoais e em ambientes compartilhados por outros familiares? E os dados pessoais coletados pela empresa sem o devido tratamento? Isto abre espaço para mais vulnerabilidades que podem levar, no extremo caso, por exemplo, à interrupção de serviços por ataques hackers.
  • Repense as áreas de auditoria, compliance e controles internos: em momentos de crise, a tendência dos executivos é primeiramente desmobilizar áreas que não geram receita ou não estão ligadas à atividade primária da organização. Neste cenário, as estruturas de gestão de riscos, auditoria e compliance sofrem mais rapidamente, comprometendo os controles dos processos que evitam riscos de perdas, desvios, fraudes, erros, multas ou atos ilícitos.

DO RISCO A OPORTUNIDADE:

Durante a análise verificamos alguns setores que cresceram durante a crise, segundo o site o SEBRAE –  https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/mercados-em-alta-em-meio-a-crise-do-coronavirus,3d739fa236e02710VgnVCM1000004c00210aRCRD como por exemplo:

Setor de E-Commerce: Segundo os dados as compras online, na primeira quinzena de março de 2020, o comércio eletrônico aumentou 40% em comparação com o mesmo período em 2019 –  A compra online virou uma alternativa para diminuir as possibilidade de contágio.

Setor farmacêutico:  O ramo está entre os de maior crescimento neste período, a venda online de produtos relacionados a saúde vem somando mais de 120% de aumento (segundo a consultora). Os consumidores vêm se rendendo aos canais digitais e realizando a compra por aplicativos, redes sociais, sites e até mesmo telefone.

Delivery: Empresas que não utilizavam o serviço passaram a usar, já que graças a ele é possível continuar atendendo, mesmo de portas fechadas. Entre os negócios que se destacam com o serviço estão restaurantes, papelarias, pequenas lojas de roupas e de higiene e beleza.

Supermercados: Como os consumidores estão ficando mais tempo em casa, o comportamento das compras foi alterado. A procura por itens de comida caseira, assim como de higiene do lar, vem aumentando, e os supermercados e mercearias desenvolveram estratégias para oferecer seus serviços, como aplicativos de delivery e canais de mensagens instantâneas.

Marmitas: Empreendedores que atuam nesse mercado ganham relevância, considerando que muitas famílias precisam não só manter a rotina de trabalho em home office, como também atender os filhos, que estão com as atividades presenciais escolares suspensas. Segundo dados do Ministério da Economia, o ramo de alimentação para consumo domiciliar já estava em expansão, com um crescimento de mais de 130% nos últimos cinco anos.

Bebidas: Com bares e restaurantes fechados, muitas pessoas estão recorrendo ao delivery de bebidas e cervejarias locais. Para fabricantes de bebidas alcoólicas, o aumento das vendas fora das instalações é um ponto positivo, principalmente para mostrar ao consumidor essa nova alternativa, que pode gerar novos atendimentos no pós-crise.

Pets: O destaque é para os produtos de recreação no lar, principalmente para esse período em que ambos – donos e animais – precisam se distanciar dos ambientes ao ar livre. Com isso, o delivery, que antes não era muito solicitado, cresce e deve permanecer no futuro.”

Artigo escrito pelo nosso consultor
Carlos Perrela